Ensaio nº 6 - LUÍS DE CAMÕES, O POETA NACIONAL PORTUGUÊS

 

LUÍS DE CAMÕES, O POETA NACIONAL PORTUGUÊS[SP1] 

 

Luís Vaz de Camões, cidadão português, considerado lisboeta, contudo, um homem de vida intensa, “o poeta nacional português”, lírico e épico, viveu em um mundo em transição, foi o primeiro poeta europeu a ter contato prolongado com diferentes culturas - África, Índia e Indochina -, que claramente terá reflexo direto em sua obra, um dos primeiros poetas europeus a ser chamado de “moderno” e tem como uma de suas principais características a incerteza, seguida pela diversidade e a percepção do mundo moderno, um poeta que trouxe a renovação, características adquiridas ao longo de seus aproximados 55 anos de vida que se eternizaram em suas poesias líricas e registrada em sua oeuvre majeure, Os Lusíadas, a obra que representa sua pátria e o põe ao lado outros grandes escritores renascentistas, como William Shakespeare e Miguel de Cervantes. Ao decorrer deste trabalho, serão apresentados fatos importantes de sua vida pessoal, aspectos temáticos mais marcantes da lírica e da épica camoniana que compõem um cânone que hoje simboliza um país e uma língua oficial de nove países, a língua portuguesa.

 Luís Vaz de Camões, o poeta nacional português

Provavelmente nascido em Lisboa, estima-se no ano de 1524, mas os registros são muito incertos, depois muda-se para a cidade de Coimbra, importante localidade onde se apreciava os grandes poetas, chamada por Camões de “florida terra”, ou “menina dos olhos verdes”, ou ainda “doces e claras águas do Mondego” em suas redondilhas, inicia seus estudos sob a direção dos Crúzios[1] e por sua dedicação recebe o título de “filho legítimo do Renascimento, e humanista dos mais doutos e distintos do seu tempo”, do mestre alemão, Storck[2]. Possuía um conhecimento multidisciplinar em história universal, geografia, astronomia, mitologia clássica, literaturas antigas e modernas, poesia culta e popular italiana e espanhola, então vê-se de onde sua obra máxima possui a riqueza cultural que tanto se estuda até os dias atuais. De 1542 a 1545, de volta à Lisboa, o poeta adquire a alcunha de Poeta Cortesão devido ao envolvimento amoroso com várias damas, diz-se que a mais famosa era a infanta D. Maria, filha de D. Manuel I, entretanto, viu-se obrigado a deixar a cidade pela pecha adquirida, mais um ingrediente que lhe seria útil em sua poesia lírica, a busca do “amor sincero” em conflito com o “baixo amor”.

A partir de 1545, iniciam-se suas estadias ultramar, começando por Ceuta[3], onde permanece até 1548. Perdendo seus privilégios por uma vida de serviço militar obrigatório nesta colônia africana, Camões perde seu olho direito em batalha. Em 1549, de volta à corte e, por seu ferimento, começa a ser chamado de cara sem olhos[4] por uma dama da corte e tal fato logo se tornou um poema homônimo. De volta à corte, de volta aos galanteios que não pouparam nem a rainha D. Catarina – a formosa D. Francisca de Aragão. Devido à vida boêmia e desregrada, vai à prisão e ao tronco por agressão a um funcionário real. Após cumprir a pena, resolve partir para a cidade de Goa, na Índia, à serviço do império, aportando-se lá no ano de 1553, logo apelida-a de “mãe de vilões ruins e madrasta de homens honrados”, e resolve partir no mesmo ano para Malabar, sudoeste Índia, para combater o Rei da Pimenta[5], transformado em poema. Em 1555, com a meta de interceptar navios turcos, inimigos, transforma sua amargura e saudades da amada, em poética, depois retorna à Goa. Por ser soldado raso, logo parte para outra missão, ou desterro, como chamavam, desta vez com destino às costas da China a combater piratas atacando naus mercantes, mas sua embarcação naufraga próximo à foz do Rio Mekong, na China, depois recolhe-se na cidade de Malacca - na Malásia, então centro administrativo do império português -, e movido pelo seu espírito aventureiro e falta de recursos, parte para viagens às ilhas malaias de Sumatra, Java, Ternate, Tidore, Bornéu, Banda, Sonda e terminando em Timor para retornar à Goa no ano de 1561. No ano de 1568, o poeta aventureiro decide voltar à pátria, situando-se na capital em 1570 para que retraçasse todas as rotas do complexo mapa de sua vida e somando suas aventuras através do mundo com suas aventuras amorosas, compusesse sua opera prima, Os Lusíadas, publicada em 1572. D. Sebastião lhe concede um montante anual de 15 mil réis que o mantém, com dificuldades financeiras, até sua morte no ano de 1581.

Canto primeiro do poema épico Os Lusíadas

 

        De uma forma geral, o Renascimento simbolizou o retorno dos valores do passado ao tempo presente, principalmente dos valores considerados pela Grécia antiga, transformando-se no Humanismo, portanto, houve uma valorização do homem perante os temas religiosos abordados na idade média[SP2] , logo foi o cenário propício para que novos escritores, dentre eles Camões, apresentasse [SP3] seus temas, dentre os principais: a experimentação, a busca pelo progresso do mundo, a felicidade do homem, manifestações físicas e metafísicas, do coletivo e do individual. O grande poeta português e “seu inovador gênio literário, tende, assim, a manifestar-se em subtis deslocamentos de ênfase dentro das formas recebidas, criando uma aparência de continuidade na própria tradição que está qualitativamente transformando. Camões encheu as garrafas antigas com vinho novo” (MACEDO, 2013, p.64).

Em sua poesia lírica, Camões foi muito influenciado tanto por Dante quanto por Petrarca, como muitos foram à sua época, entretanto, o tema da mulher amada foi um grande diferencial, pois assumiu seu impulso amoroso e suas várias mulheres substituíram a unicidade amorosa, como a Beatriz de Dante, cujo sublime amor o motivou a ascender ao paraíso. Essa pluralidade amorosa pode ser vista em seu poema chamado “Enquanto quis Fortuna que tivesse”, onde o poeta traz sua experiência pessoal acerca de amor que manifesta a celebração do “contentamento descontente” em “contradições correspondentes à veracidade relativística – e, portanto, só tendencialmente totalizante – da experiência do amor”, “ou que torne o próprio canto em que o celebra num acto de sedução que diversamente ‘avivente’ quem o ler” (MACEDO, 2013, p.66 e 67). Ainda veremos outras facetas amorosas,” assumindo e exibindo uma urgência sexual de prosélito profano em campanha de autopropaganda, Camões deleita-se, libertinamente, na desmistificação das convenções petrarquianas do amor cortês, ainda dominantes na poesia europeia do seu tempo” (MACEDO, 2013, p. 67), novamente vemos a influência de Petrarca agindo sobre o poeta português e a presença do amor cortês que foi tão divulgado pelos trovadores medievais, como aparece no vilancete[6] à Caterina, porém, ele contém muito de sua atitude moral e intelectual ao mostrar o argumento central sendo o “valor superior da experiência em relação ao da virtude convencional” (MACEDO, 2013, p. 68). Em outro vilancete, destinado à pastora Joane, Camões trabalha a aceitação da legitimidade do desejo sexual da mulher, um tema nada convencional para sua época, mesmo nas modernas, em uma abordagem de “irônica percepção desmistificadora do fetichismo inerente à identificação da pessoa amada com um objecto que a simbolize” (MACEDO, 2013, p. 70), uma característica comum entre o amor cortês e o amor romântico, vemos que o amante de Joane dá mais importância à touca e ao vestido que ela veste do que a ela própria.

Como notaremos ao analisar sua obra lírica, além de influências petrarquianas e dantescas, Camões busca enobrecer, dignificar o erotismo ao romper com o passado, concomitantemente religando-o com o presente por meio de uma linguagem conceitual derivante deste passado, por consequência, utiliza-se do conceito da transformação do amante em quem ama, um conceito central de todos os neoplatonismos[7] do Renascimento, diretamente ligada à Platão por outros poetas anteriores à Camões e de forma semelhante a ele, como, por exemplo, Marsílio Ficino e Leão Hebreu, mas diferentemente deles, caso o amante conseguisse se transformar na pessoa amada por meio da imaginação, poderia ele não mais ter razão para desejar ou, então, só poderia satisfazer esse desejo em si próprio e é esse conteúdo de teor erótico que o maior poeta da literatura portuguesa quer passar, o de “instituir o desejo físico como uma realidade de valor equivalente e nobremente complementar à do próprio amor espiritual” (MACEDO, 2013, p. 76), sendo assim o “baixo amor” submetido ao espírito, caracterizando o “amor misto”, recurso também utilizado amplamente em sua poesia épica d’Os Lusíadas, como podemos ver nesta estrofe de Transforma-se o amador na cousa amada:

Transforma-se o amador na cousa amada, / por virtude do muito imaginar; / não tenho logo mais que desejar, / pois em mim tenho a parte desejada. // Se nela está minha alma transformada, / que mais deseja o corpo de alcançar? / Em si somente pode descansar[8], / pois consigo tal alma está liada” (CAMÕES).

Assim podemos resumir o que foi abordado de uma forma direta e, desta forma, entender melhor o que Helder Macedo diz, “Camões encheu as garrafas antigas com vinho novo” (MACEDO, 2013, p.64), pois por meio do desenvolvimento do neoplatonismo, resgata[SP4] -se os valores da era clássica e consolida-se assim o pensamento humanista, modernizador.

Em sua virtuosa e obscura complexidade, Camões aborda o passado clássico ao se utilizar da dialética[9], criando assim seu próprio estilo, a dialética camoniana, repleta de contradições que se complementam e são assumidas como “veracidades coexistentes”, de caráteres conflitante e complementar, apontam para uma concepção muito distinta da busca da felicidade na Terra como um “propósito legítimo da vida” (MACEDO, 2013, p.84), como visto no soneto No mundo quis o Tempo que se achasse:

No mundo quis o Tempo que se achasse / O bem que por acerto ou sorte vinha; / E, por experimentar que dita tinha, / Quis que a Fortuna em mim se experimentasse. // Mas por que meu destino me mostrasse / Que nem ter esperanças me convinha, / Nunca nesta tão longa vida minha / Cousa me deixou ver que desejasse. // Mudando andei costume, terra e estado, / Por ver se se mudava a sorte dura; / A vida pus nas mãos de um leve lenho. // Mas, segundo o que o Céu me tem mostrado, / Já sei que deste meu buscar ventura. / Achado tenho já que não a tenho. (CAMÕES).

A respeito da épica camoniana, só podemos falar do poema-mor português, par excellence, considerada a grande obra literária portuguesa, falo aqui d’Os Lusíadas. Obra resultante da soma de todas as suas experiências vividas, brevemente resumida nos parágrafos iniciais, Camões recria em sua epopeia narrativa a viagem do navegador português, Vasco da Gama, até a ilha dos amores[SP5] . Uma narrativa repleta de referências à Mitologia Grega, onde a voz do poeta se faz presente e os “comentários de Camões (...) revelam um esforço permanente de colocar todo o poema em uma perspectiva crítica, que apresenta como sua. E esta perspectiva do presente da escrita do poema e não a do passado que o poema celebra”, pode-se entender que

a aventura terminou e o poema é o registro dessa aventura, a sua comunicação à comunidade após o regresso. Mas quem regressou para a comunicar foi o poeta, não os navegantes. Neste sentido, parece possível afirmar que é o próprio Camões, e não Vasco da Gama, quem encarna a figura do herói da viagem iniciática n’Os Lusíadas – o que traz a ambiguidade das funções intermutáveis do poeta e das suas personagens como narradores do poema uma nova significação estrutural. (MACEDO, 2013, p.12).

Pode-se notar que Vasco da Gama é uma criação camoniana, passando a impressão de ser apenas uma personagem presente na obra sem qualquer outra função fora dela. Outra importante característica a se ressaltar deste poema épico é o valor metafórico das reiteradas correspondências semânticas entre a verdadeira viagem de Vasco da Gama composta de fantásticos deuses e a sua representação no “mar irado” da linguagem incorpora uma explícita conotação de fatualidade biográfica em referência a todos os perigos e labores os quais o poeta foi submetido enquanto prestava serviço ao império como soldado raso na Ásia. Vemos que após o início da viagem, Baco opõe-se à missão do navegador, mas este é protegido pela deusa Vênus, tendo Marte, o deus da guerra, ao seu favor por amor à deusa, logo, constata-se a função determinante do amor através das metáforas, o amor platônico, o “amor sublime”, contrapondo-se ao “baixo amor” que significa a submissão do amor ao corpo, representado pelo gigante Adamastor. Logo, a missão era mais espiritual do que comercial, todas os desafios enfrentados e vencidos tinham o único propósito era o encontro com a Magna Mater, ou a deusa Vênus, que concederia a imortalidade ao navegador e sua tripulação, algo que o próprio valor literário da obra lhes concederia e também ao poeta, uma metáfora acidental alcançada. Essa imortalidade seria encontrada na Ilha dos Amores no encontro sexual, por merecimento da nação portuguesa, entre a ninfa Tétis e Vasco da Gama, simbolizando a união entre oriente e ocidente, depois essa união segue para uma conotação de valores religiosos onde o “baixo amor” é uma identificação dos “infiéis” e os deuses pagãos seriam “produto do fingimento humano”, sendo uma “metáfora da própria humanidade”, sendo válido somente Deus e os valores cristãos para alcançarem a redenção divina, onde o “amor sublime” é o caminho. O regresso dos navegantes à Portugal e a incompreensão da imortalidade alcançada faz o poeta mostrar que ele próprio e o poema são questionamentos da conduta do rei, D. Sebastião, e da corte que o cercava. Toda essa simbolização tinha um propósito, toda essa engenhosidade literária contada por metáforas era um conselho ao rei como ele deveria governar o império português, pois, era notório o mal aconselhamento a ele dirigido e sua desatenção ao modo de governar, levando-o a perder o controle do país (MACEDO, 2013).

É possível notar que a escritora Sophia de Mello Breyner Andresen possui afinidades com Luís Vaz de Camões, principalmente no que tange ao tema do mar.  Nascida em 6 de novembro de 1919, poeta portuguesa natural da cidade do Porto, cuja personalidade marcante a destaca dos demais escritores portugueses de sua época, como: Jorge de Sena, Eugénio de Andrade, Alexandre O'Neill, Tomaz Kim, José Blanc, entre outros, ela foi apaixonada e influenciada pela cultura clássica grega, notada em sua fortíssima ligação com o mar que se faz muito presente em suas obras, além de outros temas como a natureza, uma importantíssima fonte de inspiração, que antagoniza com a cidade (o espaço urbano), representando o inverso da natureza. A presença do tempo que o divide em duas concepções, sendo a primeira separada em medo, solidão e mentira; a segunda representa os valores morais, eternos, atemporais. O seu contato com o mar iniciou-se quando criança na Casa da Granja, uma casa simples, de pescadores, que pertencia à família e se localizava na praia. Sophia aprendeu a ler com a mãe, era autodidata e a experiência vinha da observação.

 
Sophia de Mello Breyner Andresen

Em 1954, Sophia publica um de seus melhores poemas, senão seu melhor, chamado “Marinheiro sem Mar”, na obra Mar Novo. De acordo com a tese intitulada “O Homem À Deriva - Uma Leitura Da Cidade E Do Espaço Marítimo No Poema “Marinheiro Sem Mar”’, escrita por Gabriela Potti, Sophia trata da relação entre “mar” e “cidade” agindo antagonicamente, sendo aquele um cenário positivo e este, negativo, e são exaltadas as gloriosas conquistas ultramar de Portugal com um ar saudosista, um dos temas mais cantados pela lírica lusitana por vários poetas portugueses ao longo do tempo que têm a mesma paixão pelo mar, da mesma forma como Sophia. Como já descrito, as relações antagônicas são parte de seu mundo e aqui, neste poema, “Marinheiro sem Mar”, a cidade tem uma característica muito negativa e opressora, um local de dor e sofrimento enquanto é balanceado pelo glorioso mar que se destaca por ser um lugar de alegria e realização. Esta dualidade é notada durante todo o poema. Ainda neste trabalho de Gabriella Poti, as análises são feitas de acordo com a noção poundiana de estruturação do texto poético, dizendo que o poema em questão se apoia em três modalidades: fanopéia, melopéia e logopéia – respectivamente em referência à imagem, ao ritmo e ao som, juntamente com o domínio e articulação das manifestações verbais (POUND, 1970, p.41). A identidade dos contrários, representada inicialmente pelo próprio título “Marinheiro Sem Mar”, está presente em todo o poema tanto como imagem quanto pelo ritmo. Todo esse ambiente repressivo-opressivo, negativo, asfixiante, árido que é a cidade, pode ser vista [SP6] como a representação da ditadura salazarista que Sophia tanto militou contra e vai contra a imagem do mar[SP7] , um lugar de glórias onde Portugal conquistou territórios, povos, riquezas e que trouxe o desenvolvimento à nação. Ela prestou tributos a grandes nomes da poesia portuguesa, dedicando três deles a Camões: “Soneto à maneira de Camões”, “Camões e a tença” e “Gruta de Camões”.


 

Poeta de rico cânone e, deveras, de singular importância e relevância para a literatura mundial, seus poemas se dividem entre o lírico e o épico, cujas características convergem. Bebendo em fontes clássicas, influenciado pela filosofia e mitologia grega, pelos poetas humanistas Dante e Petrarca - aperfeiçoando o conceito de soneto-, modelo muito utilizado por ele, Luís Vaz de Camões, considerado de origem lisboeta, magnífico homem de letras que forjou sua própria e marcante escrita – plena de desejo, existencial, contraditória, metafórica, idealizadora e, sobretudo, humanista -, a qual nos faz singrar por seus agitados mares em busca de experiências transformadoras, do conhecimento, da razão e de paixões arrebatadoras pontuadas por traços eróticos, do “baixo amor” - no entanto, visando o “amor sublime” -, esta corrente de autodescoberta que todo ser humano passa em busca da felicidade, porém, na qualidade única de sua escrita, sua vida pode ser vista muito mais do que uma simples passagem pela Terra, quiçá expressa como uma pintura exibindo suas memórias, valores e genialidade.

 

 

Referências bibliográficas

CAMÕES, Luís de. Obras Completas. Volume III, Autos e Cartas. Coleccão de Clássicos Sá da Costa, Prefácio e Notas do Prof. Hernani Cidade; Lisboa, 1948.

MACEDO, Helder. Camões e a viagem iniciática. Rio de Janeiro: Móbile, 2013, p. 61-107.

POUND, Erza. ABC da Literatura. São Paulo: Cultrix, 1970.

Revista Estante da FNAC Portugal – 10 Poemas Inesquecíveis de Sophia de Mello Breyner Andresen, escrito por Tiago Matos - http://www.revistaestante.fnac.pt/10-poemas-inesqueciveis-sophia-mello-breyner-andresen/



[1] Crúzios - Os Cónegos Regrantes que habitavam em Santa Cruz eram denominados por 'Crúzios'. Esta designação era extensiva a todos os que viviam à sombra do Mosteiro e que, embora residindo fora, estavam agregados à instituição. D. Afonso Henriques era também Crúzio, dado que foi um dos fundadores, tendo 'professado' como elemento da Ordem Terceira de Santa Cruz. Fonte: Café Santa Cruz, < http://www.cafesantacruz.com/cruzios.html>, acesso em 13/05/2022, às 00:37.

 

[2] Prof. Guilherme Storck – dedicou seu trabalho “Cidade de Coimbra”, de 1898, onde considerava local onde o poeta nasceu e se criou. Contestado em 1903 pelo Prof. Mendes dos Remédios que afirmava que o local correto do nascimento do poeta deu-se em Lisboa, por volta de 1524.

 

[3] Ceuta - uma cidade autónoma da Espanha situada no território marroquino. Anteriormente à Espanha, foi território português de 1415 a 1812, quando foi transformada em ayuntamiento constitucional, equivalente a uma prefeitura municipal de um Estado espanhol, após várias tentativas de conquista.

 

[4] Cara-sem-olhos - Sem olhos vi o mal claro / que dos olhos se seguiu: / pois cara sem olhos viu / olhos que lhe custam caro. / E olhos não faço menção, / pois quereis que os olhos não sejam; / vendo-vos, olhos sobejam, não vos vendo, olhos não são. (CAMÕES)

 

[5] Rei da Pimenta – “Vi quanta vaïdade em nós se encerra, / e dos próprios quão pouca; contra quem foi logo necessário termos guerra. / Que üa ilha que o rei de Porcá tem, que o rei da Pimenta lhe tomara, fomos tomar-lha, e sucedeu-nos bem (...)”. (CAMÕES) [de: CAMÕES, Luís Vaz de. Canções e Elegias].

[6] Vilancete - uma forma poética comum na Península Ibérica, na época da Renascença.

 

[7] Neoplatonismo - a idealização do amor, da sua forma abstrata, sem a necessidade de contato físico. Essa é uma característica tão presente na lírica camoniana que se transforma na vertente do Neoplatonismo Camoniano. Exemplo: “Neoplatonismo é a idealização do amor para quem vive”.

 

[8] Grifos meus.

 

[9] A dialética tem sua origem na Grécia antiga e significa o "caminho entre as ideias". Consiste em um método de busca pelo conhecimento baseado na arte do diálogo. É desenvolvida a partir de ideias e conceitos distintos e que tendem a convergir para um conhecimento seguro. Fonte: Dialética, por Pedro Menezes, disponível em:  https://www.todamateria.com.br/dialetica/, acesso em 12/05/22.


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