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Filme nº 11 - LO STRANIERO (L'ÉTRANGER), dirigido por LUCHINO VISCONTI

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 A adaptação cinematográfica da obra O ESTRANGEIRO, de Albert Camus, feita pelo renomado cineasta italiano, Luchino Visconti, nomeada em italiano de LO STRANIERO, lançada em 1967, não obteve a mesma aceitação que seus filmes anteriores pela crítica especializada. Foi uma preparação turbulenta, começando com a liberação da adaptação pela viúva do autor, Francine Camus, que a liberou sob a condição de que não houvesse nenhuma alteração na trama, fiel à la lettre , diferente da ideia de outros cineastas que pretendiam adaptá-la. A ideia da adaptação veio do momento que Visconti dirigia a atriz Silvia Mangano em "As Bruxas" e o marido da atriz, Dino de Laurentiis (conhecido pelas adaptações de Conan, O Bárbaro, com Arnold Schwarzenegger, na década de 1980), em posse dos direitos da obra de Camus, convenceu-o a dirigir, o que não foi difícil, pois o italiano era fã da obra literária.    As filmagens começaram em 1º de dezembro de 1966 e terminaria em fevereiro de 1967. Entre os de

Curiosidade nº 3: O ESTRANGEIRO, de Albert Camus e o art. 375 do CPC/15

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  O ESTRANGEIRO, de Albert Camus e o art. 375 do CPC/15 Aqui um fato curioso sobre a personagem Meursault do romance "O Estrangeiro", de Albert Camus, a nós, brasileiros. Na obra camuseana, a personagem é condenada à morte pelo juiz que forma juízo e o condena à tal pena após sua indiferença à morte de sua mãe após o decorrer da instrução, das testemunhas arroladas para demonstrar o seu caráter frio que se confirmaram com as respostas dadas pela personagem perante o júri. No Código de Processo Civil brasileiro há um artigo que se relaciona à decisão tomada pelo magistrado, trata-se do art. 375 do CPC/15 . A condenação à morte da personagem, grosso modo, se deveu pelo fato dela não ter chorado no velório de sua mãe, mas com que base legal? Se a história se passasse no Brasil, tal decisão seria embasada por tal artigo que diz:   " Art. 375 . O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de

Resenha nº 11: O CASO MEURSAULT, de KAMEL DAOUD (Meursault, contre-enquête) - Parte 1

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  PARTE UM - O CASO MEURSAULT - KAMEL DAOUD   O CASO MEURSAULT (Título original: Meursault, contre-enquête), escrito pelo argelino KAMEL DAOUD, é a resposta ao romance O ESTRANGEIRO - escrito pelo francês pied-noir, ALBERT CAMUS -, uma espécie de "romance-espelho", uma resposta à dominação colonial francesa na Argélia. Se então você não leu este romance, não adianta ler o escrito pelo argelino.  Publicado no ano de 1942, durante a 2ª Guerra Mundial, o romance camuseano narrado em primeira pessoa, conta a história de Meursault , um pied-noir (colono francês que vivia na Argélia), que matou um jovem árabe anônimo sem qualquer motivo aparente – ele culpou o incômodo com o sol e o calor úmido pelos cinco tiros, aparentemente portava uma faca também, mas os cinco tiros revela que não foi em defesa própria, pois apenas um tiro resolveria a situação. Meursault é caracterizado como um anti-herói misantropo, frio, desapegado/desconectado das pessoas, solitário, uma figura que se