FILME nº 3 - FRANKENSTEIN - James Whale (1931)

 

Cartaz original do filme de James Whale

FRANKENSTEIN (1931), versão do diretor inglês James Whale, estrelando Boris Karloff como a criatura. A impressão que tenho deste filme é que pegaram a obra original de Mary Shelley, recortaram-na e a embaralharam para poder recolarem em outra ordem, inclusive com os nomes trocados, além de incluírem o ajudante do Dr. Victor, Dr. Henry no filme, chamado Fritz que depois em outros filmes ficaria famoso como Igor e ganharia o famoso papel de sidekick, praticamente. Todas as várias versões cinematográficas dão ênfase na criatura que foi erroneamente nomeada de Frankenstein e sobrepôs a figura de seu criador, ofuscando-o.
 
 
Cena do Filme Frankenstein (1931). A criatura e o ajudante, Fritz.
 
Enquanto a maravilhosa obra da autora inglesa, uma robusta narrativa em primeira pessoa, expondo o dilema do jovem estudante de medicina que se desafia a criar um ser humano, desafiando Deus, e se desespera ao ver que criou um monstro, fisicamente falando, mas que é mais humano que qualquer outra pessoa e sofre o desprezo de ter uma forma fisica assustadora que espanta a todos - recebendo a rejeição e repulsa por onde passa -, põe em prática um genial plano de vingança contra seu criador, matando um a um de seus familiares antes e após a negação do pedido da criação de uma consorte nos mesmos moldes que ele foi criado, trazendo consequências catastróficas e irreversíveis ao Dr. Victor que jura destrui-lo no túmulo de sua amada Elizabeth (uma das vítimas de sua criação, assassinada na noite de núpcias), em uma mortal perseguição que o leva ao ártico e morre no navio do aventureiro inglês Sr. Robert Walton que o encontra moribundo no gelo.
 
 
Capa do livro Frankenstein, de Mary Shelley, versão de 1818, a original, pela Barnes & Noble.
 
O filme dirigido por Whale também traz esse confronto físico, ético e psicológico apresentado por Mary Shelley, mas na optica cinematográfica, e uma das cenas mais fortes é a da garota morta pela criatura no lago sendo carregada pelo pai durante as celebrações na vila de Goldstadt, uma tomada muito bem feita pelo câmera que acompanha o pai em sofrimento. O filme terá uma continuação, A NOIVA DE FRANKENSTEIN (1935), do mesmo diretor, outra boa história, mas muito longe da original e conta com a encenação da famosa noite com Lord Byron, Percy e Mary Shelley, na Suiça, que levou à concepção do romance gótico.
 
 
Cartaz do filme A Noiva de Frankenstein (1935), a sequência


Cena do filme A Noiva de Frankenstein (1935)
 
Essa versão ainda fica atrás daquela de 1994, dirigida e atuada por Kenneth Branagah, muito fiel e real, com a brilhante atuação de De Niro como a criatura. Definitivamente, a criatura se tornou um ícone da cultura pop e já conheceu outros monstros vitorianos, como Drácula, em outros filmes.
 
E você? Qual a sua versão preferida deste romance considerado o pai da ficção cientifica, seguido por H.G. Wells e outros. Esta obra influenciou inúmeras outras no cinema como Robocop e a série do Exterminador do Futuro, autores como Stephen King e diversos autores do gênero do terror.
 

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