FILME nº 5 - NOSFERATU: UMA SINFONIA DE TERROR - de F. W. Murnau (1922)

 

                                                              A famosa sombra de Nosferatu

NOSFERATU: A SYMPHONY OF HORROR (Em alemão: Nosferatu – Eine Symphonie des Grauens). Um filme mudo alemão, expressionista, lançado em 1922, dirigido pelo renomado diretor F. W. Murnau, estrelando Max Schreck como o Conde Orlok, um vampiro que espreita a esposa de seu agente imobiliário e traz uma maldição para a cidade dele. Se trocarmos o nome para Conde Drácula e darmos o nome de Jonathan Harker ao agente imobiliário e Mina Harker à sua esposa, lhe traria alguma coincidência? Claro que não, caro cinéfilo e caro leitor assíduo do gênero terror! Nos dias atuais isso seria um clássico caso de plágio, tanto que os herdeiros de Stoker moveram uma ação contra a descarada adaptação e a justiça ordenou a destruição de todas as cópias, mas, para nossa sorte, salvaram-se algumas que são as bases das que assistimos por aí. Como disse David Kalat, um historiador cinematográfico, o filme era "um filme de baixo orçamento feito por alemães para o público alemão... ambientá-lo na Alemanha com personagens de nome alemão torna a história mais tangível e imediata para os espectadores de língua alemã", eis a razão da "adaptação". Abro um parêntese aqui, convenhamos, Nosferatu mete mais medo que qualquer versão do Conde Drácula feita para o cinema, que, aliás, usa seu "charme" vampiresco para seduzir as donzelas londrinas, Lucy e Mina, no romance de Bram Stoker. 
 

 
A trama é exatamente a mesma de Drácula, mas ao contrário de Londres, a cidade é Wisborg, na Alemanha e Jonathan Harker se torna Thomas Hutter e Mina, Ellen Hutter, sua esposa. Dr. Van Helsing se torna Professor Bulwer. Pronto, temos as principais personagens. 
 
O expressionismo alemão, como mostrado no filme O Gabinete do Dr. Caligari, explora em seus filmes os cenários sombrios, semelhantes aos sonhos e prefere as sombras e sugestões à sangria desmedida dos filmes de terror de hoje. 
 
Se não assistiu, não deixe de ver e não perca esse plágio que hoje é cultuado como um original, aliás, merece crédito, pois é uma adaptação cinematográfica e foi pioneira em um nicho que se tornaria muitíssimo explorado e teria Bela Lugosi como concorrente direto. Tiro o chapéu a F.W. Murnau e sua originalidade que tentam sempre denegrir pichando-o de antissemita por empregar figuras caricaturescas de judeus no filme, mas o próprio expressionismo se utiliza da caricatura em seus personagens como uma linguagem, portanto, acredito não ser a intenção do diretor e sim criar arte.
 
Link para quem quiser assistir gratuitamente: https://www.youtube.com/watch?v=-l2uo7h3c1U
 

Na arte, ilustração de Harry Clarke.

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