Filme nº 10: O TESTAMENTO DE ORFEU, de JEAN COCTEAU e o semanário LE MOT

Jean Cocteau. Journal sonore du Testament d'Orphée | Radio France

"O Testamento de Orfeu ou Não Me Pergunte Por Quê" (Le Testament d'Orphée ou Ne Me Demandez Pas Pourquoi), lançado em 1960, é a última parte da trilogia órfica, pode-se assim dizer, mas não uma trilogia lançada como as atuais onde se visa manter o "gancho" com o público que aguarda ansiosamente pela próxima parte. Aqui, o cineasta francês Jean Cocteau (1889-1963) que também foi poeta, pintor, desenhista e dramaturgo, completa a trinca de filmes que começa com O Sangue de Um Poeta (1930), depois Orfeu (1950), concluindo com este onde o próprio cineasta é o protagonista e nesta trilogia ele apresenta a discussão do que é ser poeta e que a poesia pode estar presente em todas as artes, incluindo a sétima e mais renegada, o Cinema. Em O Testamento de Orfeu, ao levar um tiro fatal, Jean Cocteau é julgado pela Princesa (a Morte) e Heurtebise, ambos presentes no filme anterior, além de encontrar no mundo espectral, bela e curiosamente retratado na cidade de Baux-de-Provence, figuras que foram importantes em sua vida. 

O filme é muito interessante e não deve ser ignorado pelos amantes da sétima arte, pois é uma.verdadeira poesia, com truques de câmera (não ainda efeitos especiais), como a rodagem de algumas cenas ao reverso para produzir o que ainda era impossível na época. 

No YouTube e Plex TV você encontra a versão gratuita com legendas, arte ao alcance de todos. Curtam!

 

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LE MOT (1914-1915), uma revista semanal(ou semanário) francesa criada e dirigida pelo ilustrador Paul Iribe e o poeta Jean Cocteau, com ilustrações em tom satírico e fortemente antigermânico, em defesa da França, devido a Primeira Guerra Mundial, com apenas 20 números lançados, criticando a absurdidade deste evento provocado pelo país vizinho e se tornaria o grande dilema europeu e que transformaria a continente no século XX, abrindo as portas para a Segunda Grande Guerra com o Tratado de Versalhes.

 
Jean Cocteau publicou desenhos sob o pseudônimo de Jim - nome de seu cachorro. Ainda se encontram edições espalhadas pelos sebos na França e mundo à fora.

Caio A. Zini


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