Poema nº 1: PALAVRAS

PALAVRAS De que valem as palavras se quem amo as ignora? Esvanecendo em gélidos ventos, faz-me estremecer; Entre os abandonados cômodos de minh’alma a uivar e correr; Hoje, morada de cinzentos fantasmas, onde antes, aurora. De que valem as palavras se não chegam aos corações? Frias almas, ignoram; brutas, praguejam; jocosas, riem; Tépidas, não sentem; torpes, distorcem; envenenadas, mentem; Prantos, gritos, lágrimas, resultantes das mais vis intenções. De que valem as palavras quando cegos as leem? Iletrados sentimentos vivem suas desérticas existências; Inertes, não sentirão seu calor e suas essências; Nem viajarão pelos sinuosos caminhos que as detêm. Amor, ódio, conquistas, derrotas, ferozes batalhas; Vida, morte, crime, justiça, eternas mortalhas; Rebeldes são as palavras, a ninguém obedecem nem pertencem; Folias, disparates, apenas aqueles, tachados de loucos, as entendem. Desde que Prometeu o fogo nos d...