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TRADUÇÃO nº 6 - ENSAIO: "NOTAS SOBRE O NACIONALISMO", DE GEORGE ORWELL

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      TÍTULO DA TRADUÇÃO ORIGINAL: Notes On Nationalism TRADUÇÃO: Notas Sobre o Nacionalismo     AUTOR TRADUZIDO George Orwell (Eric Arthur Blair)     TRADUTOR Caio Alexandre Zini                           Notas Sobre o Nacionalismo George Orwell   O TEXTO: Notas Sobre o Nacionalismo foi terminado em maio de 1945, no mês do armistício, e publicado no mês de outubro do mesmo ano pela revista "Magazine of Philosophy, Psychology, and Aesthetics". Este ensaio, feito no melhor momento possível, trata de todos os conceitos que circundam a palavra NACIONALISMO, definida por ele como: “o hábito de se identificar com uma única nação ou outra unidade, colocando-a além do bem e do mal e reconhecendo nenhum outro dever além do avanço de seus interesses”, classificando-a em “positivo”, “transferido” e “negativo”, criticando a classe intelectual inglesa - a intelligentsia - diferenciando-a de patriotismo, escancarando escândalos da i

Miniconto: QUARTO VAZIO

Logo de manhãzinha ela prepara o café como ele gostava, puro, pouco açúcar. O preparo ela fazia ouvindo músicas que ele ouvia pelas manhãs e que ela aprendeu a gostar, mesclando com aquelas que ela o fez gostar ao longo do tempo, as preferidas dela que ele pedia que ela cantasse junto porque simplesmente amava ouvir seu sotaque e seu ritmo próprios, aquele jeitinho que o fez amá-la em todas as suas células do corpo. Entre os dois sempre houve um mútuo compartilhamento de ideias, de risadas, de histórias da vida, de folias, de alma. Enquanto as músicas tocavam ao fundo, ela dançava e cantava só, como se sentado alí ele estivesse a observá-la e achar graça, comme d'habitude . Café pronto. Ela se senta e se serve em sua mesma cadeira, ao mesmo tempo que observa a dele, vazia, ausente. A data presente era a que eles se falaram pela primeira vez que foi durante a faculdade, em uma conversa despretensiosa e sobre amenidades do curso, então desde esse dia algo nasceu, se desenvolveu e se

Poema: PALAVRAS

  PALAVRAS De que valem as palavras se quem amo as ignora? Esvanecendo em gélidos ventos, faz-me estremecer; Entre os abandonados cômodos de minh’alma a uivar e correr; Hoje, morada de cinzentos fantasmas, onde antes, aurora.   De que valem as palavras se não chegam aos corações? Frias almas, ignoram; brutas, praguejam; jocosas, riem; Tépidas, não sentem; torpes, distorcem; envenenadas, mentem; Prantos, gritos, lágrimas, resultantes das mais vis intenções.   De que valem as palavras quando cegos as leem? Iletrados sentimentos vivem suas desérticas existências; Inertes, não sentirão seu calor e suas essências; Nem viajarão pelos sinuosos caminhos que as detêm.   Amor, ódio, conquistas, derrotas, ferozes batalhas; Vida, morte, crime, justiça, eternas mortalhas; Rebeldes são as palavras, a ninguém obedecem nem pertencem; Folias, disparates, apenas aqueles, tachados de loucos, as entendem.   Desde que Prometeu o fogo nos dera, escrevo. Desde que

Poem: BEYOND WHERE THE WAVES BREAK

BEYOND WHERE THE WAVES BREAK   There, beyond where the waves break In the open sea, I float far away from the shores It's only me and other human sounds no more Peaceful winds of  thoughts ceasing my heart's ache There, beyond where the waves break The sun shines over my body keeping me awake Floating, rowing, coming and going A bird sings me a song that keeps echoing    Me, an island of my own self Free from those proud words on a dusty shelf Reviving the memories of the beautiful Delft No boat could go so far from that land No heart would be touched again by that cold hand No person has ever gone far beyond the world's end

A MATRIZ, por T. E. LAWRENCE

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  Seguindo com A MATRIZ, finaliza-se a análise das duas obras mais famosas e historicamente relevantes de T. E. Lawrence. Escrito a partir de 1922, porém publicada postumamente, apenas no ano de 1955, a pedido do próprio autor que afirmou que o livro não deveria ser publicado até depois de sua morte, cuja nota introdutória de seu irmão, A. W. Lawrence, para a edição inglesa, ele explica que editou o texto para publicação e uma carta de T. E. Lawrence para E. M. Forster (renomado romancista e ensaísta britânico), essa explicação é resumida: "ele se sentiu incapaz de publicar o livro por causa do 'horror que os companheiros comigo na força sentiriam se eu os entregasse... então The Mint não será distribuído antes de 1950".  A. W. Lawrence ainda tomou a precaução adicional de substituir "novos nomes" na edição expurgada por personagens do esquadrão de A/c Ross "em todas as passagens que pudessem ter causado constrangimento ou angústia"¹, observando que se

OS SETE PILARES DA SABEDORIA, por T. E. LAWRENCE

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                                                                      Capa da edição inglesa    De todos os livros que já li, o que não são muitos, infelizmente, não sou um devorador literário nato, mas tardio, já fui muito preguiçoso, porém, felizmente, consegui mudar isso, pois, jamais leria um livro de 894 páginas nos primórdios do meus tempos de leitor (ainda não inveterado) e sem sombra de dúvidas, esse é o mais desafiador até o presente momento. Nas névoas da minha ignorância, antes de lê-lo, eu pensava que a personagem Lawrence da Arábia era apenas uma personagem ficcional criada para o cinema e felizmente estava errado, ele realmente existiu e nos brinda com esta gema de obra que poucos ousam lê-la, afinal, quem tem tempo e paciência para digerir tantas páginas se não gostar de História, nem Geopolítica, nem de histórias épicas modernas, pois, podemos comparar Lawrence a Ulisses, Aquiles, Teseu, enfim vários heróis das mitologias greco-romana, contudo, ele foi bem real e bem h

T.E. (THOMAS EDWARD) LAWRENCE, ou LAWRENCE DA ARÁBIA

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T. E (THOMAS EDWARD) LAWRENCE, ou como é mais conhecido, LAWRENCE DA ARÁBIA (16 de agosto de 1888 – 19 de maio de 1935) , foi um arqueólogo britânico, oficial do exército, diplomata e escritor que se tornou conhecido por seu papel na Revolta Árabe (1916–1918) e na Campanha do Sinai e da Palestina (1915–1918) contra o Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial. Arqueólogo de formação em História no Jesus College, Oxford, onde concluiu sua tese sobre construções militares medievais na Inglaterra, País de Gales, França, Síria e Norte da Palestina (Hoje Israel). Após concluir sua graduação em 1910, ele escreveu o livro Crusader Castles (Castelos dos Cruzados) , apenas publicado postumamente em 10 de maio de 1936, limitada a 1.000 edições, aproximadamente um ano após sua morte, o que, de fato, é a sua tese na íntegra e pode ser encontrada disponível na internet, em inglês, cuja abrangência dos estudos apresentados no livro cobre as três primeiras Cruzadas (1095-1193) , definindo o

Conto: UM AMANHECER ATÍPICO - Pt. 1

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  UM AMANHECER ATÍPICO   Eleonora acordou para mais um dia em sua atribulada vida de gerente de uma seguradora, porém, ao acordar, notou seu quarto diferente. Primeiro, estava deitada em uma cama de casal, não se recordava de tê-la; depois, as paredes estavam uma cor diferente, mas parecida com a que ela mesma pintara. Assustada, se levantou, foi ao banheiro e tomou um susto: Um homem tomando banho em seu chuveiro, mas quem era ele? Correu e voltou ao quarto, recuperou o fôlego, foi à cozinha e teve quase uma síncope ao ver uma garota de uns 20 anos lhe dizendo: "Bom dia, mãe! Que cara de susto é essa?". Sem saber o que responder, correu de volta ao quarto, abriu a porta e encontrou o tal homem nu, mas para sua surpresa, era seu ex-namorado de 20 anos atrás. Ela achou que fosse infartar. Ele tentou agarrá-la e ela, enfim, correu para o banheiro e se trancou, se olhou no espelho e outro choque: estava com os cabelos loiros e com mechas!! Aí ela deu um grito e se sentou no vaso